key: cord-0819402-mu6rb4re authors: Torres, Marcelo Luis Abramides; Canhisares, Fernando Augusto Tavares; Quintão, Vinícius Caldeira title: O manejo do absorvedor de CO2 durante o uso do aparelho de anestesia como respirador mecânico em pacientes com COVID-19 date: 2020-04-21 journal: Rev Bras Anestesiol DOI: 10.1016/j.bjan.2020.04.001 sha: d0331a333e0111e9a6fc9180102ce70425432326 doc_id: 819402 cord_uid: mu6rb4re nan J o u r n a l P r e -p r o o f Management of CO2 absorbent while using the anesthesia machine as a mechanical ventilator on patients with COVID-19 Aparelho de anestesia como respirador mecânico em COVID-19 Para tentar minimizar essa falta de respiradores, muitos grupos de pesquisadores, ligados ou não a indústria, estão tentando em curto espaço de tempo desenvolver novos respiradores a um custo menor. Entretanto, o desenvolvimento de tal equipamento pode levar um tempo pela complexidade técnica e ainda pela necessidade de produção em escala. Ressalta-se ainda que hoje vivemos uma crise de desabastecimento mundial de componentes eletrônicos, o que acrescenta uma dificuldade a mais. Face a esse cenário, se propõe a utilização de aparelhos de anestesia como respiradores para esses pacientes em tratamento intensivo. [6] Usando o aparelho de anestesia como respirador mecânico, com alto Fluxo de Gases Frescos (FGF), pode-se manter o absorvedor de CO2 (cal sodada), que durará por um tempo maior. Mas um dos problemas que poderá ocorrer é que a utilização por períodos prolongados, dias ou semanas, com baixo FGF, levará a necessidade de troca do absorvedor de CO2 (cal sodada) várias vezes ao dia. Além do excessivo consumo desse material, que poderá acarretar desabastecimento do mercado, haverá a exposição das equipes de fisioterapia e enfermagem para realização desse procedimento. Dessa forma, realizamos várias simulações no Laboratório de Biofísica da Disciplina de Anestesiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em pulmão teste com injeção de CO2 (250 mL.min -1 ) para detecção de eventuais situações de reinalação. Foram realizados experimentos com o aparelho de anestesia AVANCE S/5 (GE Healthcare TM , Chicago, EUA), com o reservatório de absorvedor vazio (sem cal sodada) simulando a ventilação para um pulmão com complacência normal (0,05 L.cm -1 H2O) e para um pulmão com complacência reduzida (0,02 L.cm -1 H2O). Na simulação do pulmão normal utilizamos os seguintes parâmetros: Volume Corrente (VC) de 500 mL, Frequência Respiratória (FR) de 12 incursões por minuto, Volume-Minuto (VM) de 6 L.min -1 e PEEP de 4 cm H2O. Para o pulmão com baixa complacência usamos os seguintes parâmetros: VC = 300 mL, FR = 40 incursões por minuto, VM = 12 L.min -1 e PEEP = 10 cm H2O (tabela 1). Fomos então variando o FGF do aparelho de anestesia e observando a fração inspirada de CO2. Podemos observar que quando utilizávamos um FGF 20% superior ao volume-minuto utilizado, não ocorria presença de gás carbônico no gás inspirado em nenhuma das duas simulações. Em face à crise que estamos vivendo, achamos que a incorporação dos aparelhos de anestesia no cuidado dos pacientes críticos com COVID-19, e que necessitem de ventilação artificial, poderia dar fôlego ao sistema de saúde. Existem milhares de aparelhos de anestesia distribuídos nos centros cirúrgicos dos hospitais brasileiros prontos para serem utilizados. Os autores declaram não haver conflitos de interesse. AMIB divulga primeira parte do censo 2016 com mapeamento das UTIs brasileiras UTIs: 3 desafios para evitar que falte cuidado intensivo durante a pandemia no Brasil Coronavírus Brasil Baseline Characteristics and Outcomes of 1591 Patients Infected With SARS-CoV-2 Admitted to ICUs of the Lombardy Region There Aren't Enough Ventilators to Cope With the Coronavirus Guidance on Purposing Anesthesia Machines as ICU Ventilators