key: cord-0721227-7d6u2tbj authors: Hashemi, Masoud; Taheri, Mehrdad; Aminnejad, Reza title: Anestesia espinhal em pacientes com COVID-19, mais pesquisa é necessária date: 2020-04-24 journal: Rev Bras Anestesiol DOI: 10.1016/j.bjan.2020.04.002 sha: 14383db302b961ec220b6c92ac8cc76f864afbac doc_id: 721227 cord_uid: 7d6u2tbj nan Prezada Editora, Não faz muito tempo desde que a pandemia começou a abalar todo o mundo. No mesmo curto período de tempo, algumas diretrizes abrangentes foram passadas aos prestadores de saúde, particularmente anestesistas, sobre o atendimento do paciente no surto de COVID-19. [1, 2] Bloqueios neuroaxiais podem ser considerados métodos preferenciais de anestesia na presença de riscos para doenças respiratórias. Existem poucos relatos recentes úteis publicados que se concentrem na segurança da anestesia neuraxial em pacientes com COVID-19. [3] Se por um lado a anestesia raquidiana tem algumas vantagens em pacientes com COVID-19, há elementos a serem considerados na escolha da técnica anestésica que necessitam de mais estudos: 1. Na Síndrome Respiratória Aguda Grave não é incomum o distúrbio da coagulação associado a pacientes infectados com Coronavírus 2 (SARS-CoV-2). [4, 5] Embora o status de hipercoagulação seja mais comum nesses pacientes, tanto a natureza desconhecida dessa doença quanto os medicamentos que o paciente está recebendo, fazem necessário avaliar o estado de coagulação pré-operatório do paciente, especialmente quando a anestesia raquidiana será realizada. 2. O envolvimento do miocárdio pode tornar a anestesia desafiadora. Vários pacientes com COVID-19 têm doença cardiovascular de base e desenvolvem lesão cardíaca aguda à medida que a doença progride. As consequências potenciais da doença no longo-prazo são outra questão preocupante que podem ser problemáticas no futuro. [6, 7] Portanto, atenção especial à condição cardíaca do paciente antes da anestesia raquidiana é de particular importância para que medidas apropriadas possam ser tomadas para manter a estabilidade hemodinâmica do paciente e evitar hipotensão indesejada. A disseminação da SARS-CoV-2 para o sistema nervoso central pode levantar questões sobre a segurança da anestesia raquidiana. [8, 9] O mecanismo de disseminação viral para o sistema nervoso central ainda não está completamente esclarecido. Encefalite viral, encefalopatia tóxica infecciosa e eventos cerebrovasculares agudos são três alterações do sistema nervoso central relacionado a infecções por coronavírus. Talvez sintomas neurológicos como cefaleia, alteração do estado de consciência, parestesia e outros sinais patológicos observados no COVID-19 [8] interfiram na avaliação de bloqueio após anestesia raquidiana. 4. Deve-se prestar atenção especial à avaliação das vias aéreas antes de realizar qualquer anestesia regional. Se o paciente com COVID-19 for considerado um caso de via aérea difícil, é recomendável ter todos os dispositivos de via aérea difícil prontos, para que, se a anestesia regional falhar e a anestesia geral tiver que ser realizada, o gerenciamento das vias aéreas não ocorra em situação de emergência, o que aumentaria o risco de transmissão do vírus para a equipe na sala de cirurgia. Os pacientes com COVID-19 são mais ansiosos do que outros pacientes cirúrgicos ao entrar na sala de cirurgia. [10] A administração de ansiolítico como midazolam como medicamento pré-anestésico nesses pacientes não é apenas uma sugestão, mas uma forte recomendação. Por fim, o mais importante no gerenciamento da anestesia é estabelecer um equilíbrio entre custos (desvantagens) e benefícios. Sem dúvida, manter-se afastado das vias aéreas do paciente é importante para a proteção dos profissionais de saúde, mas a distância das vias aéreas não pode ser usada como base para o manejo anestésico. Apesar de todas as dúvidas mencionadas sobre a segurança da anestesia raquidiana em pacientes com COVID-19, se todas as considerações acima forem levadas em conta, a anestesia raquidiana ainda pode ser um dos métodos recomendados para reduzir o risco de infectar a equipe da sala de cirurgia. Em outras palavras, as contra-indicações relativas e absolutas para anestesia raquidiana são exatamente as mesmas para pacientes com COVID-19 e sem COVID-19. Portanto, pacientes hemodinamicamente instáveis, pacientes com dificuldade respiratória grave ou com coagulopatia, por exemplo, não são bons candidatos a serem submetidos à anestesia raquidiana. Os autores declaram não haver conflitos de interesse. Anestesiologista e a COVID-19 Practical recommendations for critical care and anesthesiology teams caring for novel coronavirus (2019-nCoV) patients Safety and efficacy of different anesthetic regimens for parturients with COVID-19 undergoing Cesarean delivery: a case series of 17 patients Difference of coagulation features between severe pneumonia induced by SARS-CoV2 and non-SARS-CoV2 Prominent changes in blood coagulation of patients with SARS-CoV-2 infection Cardiovascular disease and COVID-19 Commentary: What is the relationship between Covid-19 and cardiovascular disease? Nervous system involvement after infection with COVID-19 and other coronaviruses Evidence of the COVID-19 Virus Targeting the CNS: Tissue Distribution, Host-Virus Interaction, and Proposed Neurotropic Mechanisms Using psychoneuroimmunity against COVID-19